Na Perspectiva de uma Candidata, a Realização da Prova do Concurso Para o Magistério de Maricá/2024.

Geralmente, no Feriado do Dia do Trabalho, essa candidata afirma que escolhe, primeiro, descansar bastante; depois, busca algum lazer que caiba no seu bolso e seja realmente do seu agrado.

Mas, esse primeiro de Maio de 2024 foi bem diferente. Fez-se necessário acordar e se levantar muito cedo para garantir a sua presença no local de prova às 7 horas e 40 minutos daquela manhã especial. O deslocamento até o colégio CEFET/Campus Maracanã começou em um ônibus e foi concluído em um carro de aplicativo. O importante era estar diante dos portões da unidade de ensino no momento em que eles fossem abertos. E ela conseguiu! Estava lá!

Dentro do colégio, a Candidata ( agora mencionada como “C”) precisava se dirigir ao Bloco H, Bloco J, e a uma determinada sala. Tudo isso constava do seu Cartão de Inscrição, que ela ainda trazia em mãos.

A princípio, apenas observando as setas, “C” caminhou para o lado que indicava o Bloco H. Mas descobriu que este H não era o dela. Foi orientada por funcionários a retornar até perto do controle de acesso, por onde ela ingressara, dobrar à esquerda, seguir um longo caminho demarcado por fita preta e amarela, até chegar ao local onde encontraria outras profissionais atuantes que apontariam o rumo para chegar ao seu destino, o Bloco H/ Bloco J, onde estava situada a sala de aula onde “C” faria a sua prova.

Quando finalmente chegou à sala que lhe era destinada, “C” ficou surpresa ao notar que a maioria das carteiras já estava ocupada. Ela concluiu que quem se orientou, sobre os Blocos H/J logo na entrada, não perdeu tempo e chegou mais rapidamente ao destino final.

Nas laterais da sala, onde as carteiras contam com a proximidade das paredes e facultam encostar-se nelas em algum momento para descanso ao longo da prova, restava apenas um lugar vazio, que “C” ocupou rapidamente.

No quadro, havia anotações que davam conta de que a prova só começaria às 9 horas, teria a duração de 4 horas, e que só poderia sair do recinto, levando a sua prova, quem aguardasse até depois do meio-dia.

Sentada em sua cadeira, “C” aguardou o tempo correr; mas lhe pareceu que, naquela manhã, ele passou a se arrastar bem lentamente. Enquanto esperava, ela percebeu que o ar condicionado estava funcionando bem, o que era muito positivo em função do calor enorme que temos enfrentado.

“C” notou, sem alegria, que a candidata acomodada na carteira logo atrás dela comia avidamente os seus biscoitos de cheiro muito forte. Quando o conteúdo do primeiro pacote foi consumido, e a embalagem foi ruidosamente amassada, veio a constatação de que a moça tinha mais dois pacotes dos biscoitos barulhentos, todos com o mesmo cheiro desagradável, e que também os comeria naquele momento. Tudo bem!

“C” recordou que sequer havia tomado aquele cafezinho preto, que é a sua refeição habitual de todas as manhãs. Ela abriu mão de preparar e sorver o precioso líquido, em função da pressa para chegar ao compromisso maior daquele dia. Se fosse possível, ela amaria receber uma xícara de café, ali mesmo, antes da prova do concurso.

Na hora determinada, com a presença de três fiscais atuantes, observadores e polidos, as provas foram entregues aos candidatos. Uma das fiscais dizia o nome da candidata, ou do candidato, que erguia a mão e aguardava que outro fiscal depositasse a prova sobre a sua mesa, enquanto a terceira fiscal permanecia de pé, observando o contexto geral.

As provas recebidas não podiam ser abertas ou desviradas. Deviam permanecer com a parte escrita voltada para baixo, impedindo a leitura das mesmas.

Às 9 horas a prova foi iniciada, com os votos de boa sorte externado a todas as pessoas participantes do concurso. Eles foram apresentados pela equipe de 3 fiscais que eram fixos daquela sala.

Durante as horas de prova, quem precisasse ir ao banheiro deveria erguer a mão e solicitar à fiscal que viabilizasse a ação. A fiscal da sala fazia vir uma outra fiscal que acompanhava a candidata no deslocamento necessário.

Enquanto aguardava o horário para se retirar com a sua prova, “C” pediu para ir ao banheiro. Assim, ela vivenciou, pela primeira vez, os procedimentos que compunham tal feito.

“C” menciona que uma simpática fiscal foi buscá-la em sua sala e a acompanhou, lado a lado, até o banheiro feminino. Bem junto à porta do sanitário, outras 3 profissionais a receberam. Uma delas mandou que “C” ficasse parada e com os braços abertos em forma de cruz. Em seguida, a profissional movimentou um aparelho próximo ao corpo da candidata. O mesmo procedimento foi repetido, com a “C” permanecendo imóvel e de costas para a funcionária que a atendia. Só depois disso veio a autorização para entrar no banheiro e usar o vaso sanitário.

Foi permitido fechar a porta do pequeno espaço onde havia apenas um vaso sanitário, um cestinho de lixo e papel higiênico, e onde ainda cabia uma pessoa, que naquele momento era a “C”. Saindo do recinto que abrigava o vaso, era possível encontrar e fazer uso de uma pequena pia, sabonete, papel toalha e álcool em gel, já estando à vista das 3 funcionárias responsáveis.

“C” ressaltou que tudo se apresentava perfeitamente limpo.

Saindo do banheiro, “C” abriu os braços para ser novamente “escaneada”, mas foi informada de que não seria necessário repetir o procedimento.

A mesma fiscal, que a trouxera até o banheiro, a estava aguardando e a reconduziu à sua sala de prova, onde “C” aguardou a hora certa para deixar o recinto levando o seu caderno de prova.

Arrematando a sua longa narrativa, “C” afirmou que a prova não estava muito difícil; mas lamentou a falta de oportunidade para escrever uma boa redação, já que costuma obter pontuação bastante elevada com os textos que produz.

Sem pressa, “C” deixou o local. Voltaria para a sua casa com a certeza da missão cumprida.

Angela Oliveira

Jornalista, autora desta matéria.

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