[Foto: Angela Oliveira / FSF]
Nos Tapetes de Sal de Araruama reside a arte de uma linda poesia visual.
Expressa em diferentes formas e cores, conduzida pela sensibilidade dos maravilhosos artistas anônimos, essa poesia se revela em cada uma de todas as obras que se somam, habitam lado a lado, para cobrir o asfalto com a sua efêmera preciosidade. E a arte é generosamente exposta a céu aberto; é ofertada a todos os olhares, muito democraticamente.
Talvez, esses Tapetes de Sal possam ser mencionados assim:
Araruama preserva
Belíssima tradição:
"Tapetes de Sal"! A arte,
Nas ruas, cobre o chão!
Torna marcante a solene
Procissão de Corpus Christi
Que reúne os fiéis,
Encanta a quem assiste.
Pisando em "obras de arte",
A fé, com dignidade,
Caminha em oração;
Exibe sua verdade.
Nos lindos "quadros" expostos,
Com sal grosso construídos,
Repousam anonimato,
Arte, amor, reunidos.
Todo artista envolvido
Na marcante produção,
A tão efêmeras obras
Entrega seu coração.
O brilho das suas almas
Pontua a coleção.
Cores fortes ou suaves;
Imagens em profusão,
Com magníficas formas,
Ganham a definição.
Compõem todas as telas,
Extasiam os olhares;
Aguardam a procissão.
Cumprem a terna missão!
As ruas e avenidas
Que o "Tapete" decora,
Mostram beleza na arte
Que, do bom povo, aflora.
"Telas", "quadros" reunidos
Em um "Tapete de Sal"!
Exposição preciosa!
Nada pode ser igual!
É arte aos olhos de todos;
Humilde e genial!
Tem vida curta no tempo,
Mas tem valor colossal!
Quando a real brevidade
Das obras se evidencia,
Não cabe amargar tristeza !
Toda gente já sabia:
Foram 24 horas
De arte, cores, magia;
Democrática beleza
Que a todos contagia.
Até o ano que vem,
O carinho, gratidão,
Hão de marcar a espera
Por doce, igual, emoção.
Novos "Tapetes de Sal"
Certamente surgirão.
Vale guardar o tesouro
Chamado de... Tradição!