Jornada sustentável das editoras

Jornada sustentável das editoras

[Foto: Fato sem fake]

Neste 5 de setembro, quando a Bienal do Livro Rio 2023 chegou exatamente à metade do período que lhe foi reservado, aconteceu o debate cujo tema contemplava a “Jornada Sustentável das Editoras”.

No Riocentro, em meio a centenas de estandes onde incontáveis livros alardeiam silenciosamente o conteúdo das suas preciosas páginas, o “Pacto Global e a Jornada Sustentável das Editoras” foi trazido à baila, com toda a seriedade que lhe é inerente.

A abordagem dos preceitos ambientais, sociais, e de governança” (ESG) esteve voltada ao mercado editorial, sendo então pontuada a necessidade de implementação e/ou ratificação de ações que, embora pequenas, possam tornar-se um decisivo e importante passo rumo à jornada que definitivamente abraçará o “ESG”.

Conforme a previsão, o concorrido debate, voltado a um tema tão urgente e atual, iniciou-se às 14 horas. Palestrantes, mediadora, público, convidados e imprensa ocuparam os espaços que lhes eram destinados no mezanino 2, local reservado para esse encontro de ideias. O encontro também expôs a concreta visão da fragilizada realidade ambiental que aflige o mundo de hoje tão severamente.

Após a abertura do encontro, a mediadora Mariana Kohler, da UFRJ-Rio e da PUC-Rio, passou a palavra ao CEO do Pacto Global Brasil, Carlo Linkevieius Pereira.

Nos dez minutos que lhe foram reservados, o CEO discorreu a respeito do Pacto Global, sobre o qual mantém o seu cuidadoso olhar interessado, e ao qual dedica efetiva participação há longos anos. Também comentou o atual momento empresarial, que adjetivou como “horroroso”. Versou a respeito de iniciativas em andamento, e sobre estarmos “vivendo uma verdadeira revolução que se desencadeia com ou sem a inteligência artificial”.

Carlo ainda sinalizou para a clara exigência da sociedade, no sentido de que as pessoas e as empresas tenham atitudes corretas, justas e conscientes.

Quanto a definir se as ações de sustentabilidade terão sido repensadas, o CEO relembrou a “crise de desconfiança” que marcou o ano de 2.008. Ele também afirmou que, no presente momento, é preciso reconhecer a existência da grave crise climática que vem assolando o planeta.

Entre algumas afirmações, Carlo pontuou que “as novas gerações já vêm com o chip da sustentabilidade instalado”. Abordou a geopolítica, e também ressaltou que é preciso se conectar às pessoas.

Carlo fez lembrar que a hiper conectividade leva também à hiper transparência, fazendo com que pessoas e empresas sejam responsabilizadas por suas ações.

Finalizando as suas colocações, o CEO fez lembrar que a Agenda 2030 da ONU precisa também ser a “agenda da humanidade”.

A mediadora passou então a palavra a Rachel Martin, diretora Global de Sustentabilidade da Elsevier, que, participando remotamente, muito acrescentou com as suas pertinentes colocações que bem se irmanavam à fala do palestrante que a precedeu.

Seguiram-se outras falas, sempre revestidas de muita propriedade e compromisso com o tema em questão.

Marina Pequeneza, gerente de sustentabilidade e impacto social da Cogna Educação, lembrou que “o roteiro não muda repentinamente”, e que todos devem contribuir para que o ambicionado resultado seja realmente alcançado.

Marina Pequeneza ressaltou que a Cogna Educação é uma empresa voltada à educação, e que assume o seu papel neste grande desafio.

Luciano Monteiro, diretor global de comunicação e sustentabilidade da Santillana, iniciou a sua participação com um gentil agradecimento à presença, colaboração e participação de todos os presentes.

Ele se referiu à “agenda de sustentabilidade” ressaltando o quanto se faz óbvia a necessidade de observância do importante conteúdo nela resguardado. E mencionando que ela “está sendo apropriada para as nossas empresas”.

Luciano Monteiro declarou que a sustentabilidade vem sendo tratada adequadamente. Acrescentou que a liberdade de expressão deve ser garantida; comentou que a “Diversidade de Inclusão” chegou com força, embora com determinado atraso.

Luciano Monteiro sinalizou para o fato de que, atualmente, há grandes e pequenas empresas trazendo autores negros e indígenas; abrindo as suas portas para esses e outros autores que, antes, não detinham maiores oportunidades.

Mencionou educação e cultura como bases para o surgimento de uma melhor formação geral, e para o desenvolvimento de maior consciência em todos.

Luciano ainda ressaltou a importância da criação de cursos de sustentabilidade para professores, lembrando que os mestres, neles capacitados, também se tornariam multiplicadores das práticas e ações decorrentes da maior imersão neste inadiável tema.

Luciano Monteiro também enfatizou que busca trazer as melhores práticas de sustentabilidade para o Brasil, para as editoras brasileiras. Ele comentou que, tanto no que tange à empresa quanto em seu posicionamento como membro da sociedade, pensa diariamente em sustentabilidade, nas boas práticas que a favoreçam, e nos melhores caminhos para alcançá-la.

Dante Cid, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, iniciou as suas colocações mencionando que, embora não tenha poder diretivo, busca sempre inspirar e propagar a enorme importância do inadiável tema da sustentabilidade.

Lembrou que empresas podem sofrer pressões externas, e que precisarão lidar com elas da melhor maneira possível.

Dante expressou a sua tenacidade em estar sempre buscando boas iniciativas que orientem, que sejam positivas referências em sustentabilidade. Lembrou que é preciso saber onde estamos, para então mapear as necessidades com a clareza imprescindível à obtenção dos melhores resultados.

Dante Cid enfatizou o quanto as bem implementadas e concretas ações sociais poder ser úteis também para o setor empresarial que as realiza. E estas ações podem se fazer permeadas de sustentabilidade.

O tempo foi inexorável. Assim, o debate focado em mais e melhor promover a Jornada Sustentável das Editoras no Rio International Publishers Summit foi encerrado. Deixou a impressão de que uma sólida e consciente união, entre elementos capazes de viabilizar o surgimento de ações efetivas em prol da já inadiável sustentabilidade desejada e imprescindível, ganhou contornos de realidade.

Angela Oliveira

Jornalista, autora desta matéria.

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