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Setembro Amarelo, Mês de Prevenção ao Suicídio. A Vida É Sempre A Melhor Escolha.

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O mês de Setembro intensifica o olhar responsável e cuidadoso que deve ser mantido sobre a triste realidade, traduzida no expressivo número de suicídios que acontecem ao redor do mundo; neste universo em que todos nós estamos inseridos.

A campanha internacional “Setembro Amarelo” tem o seu importante espaço assegurado no calendário brasileiro, desde o ano de 2.013, quando Antônio Geraldo da Silva, o Presidente da ABP, lhe aferiu a justificada notoriedade; ressaltou a valorosa importância social da mencionada campanha, também em território nacional.

A partir de 2.014, a ABP ( Associação Brasileira de Psiquiatria), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), passou a divulgar esta campanha, que segue conquistando sempre um maior número de parceiros em todo o Brasil.

Segundo pesquisa/2.019, divulgada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), mais de setecentos mil suicídios foram oficialmente registrados mundo afora, além das possíveis subnotificações, o que permite estimar um total real de mais de um milhão de suicídios consumados, anualmente, em nosso planeta Terra.

No Brasil, mais de quatorze mil casos de suicídio tiveram os seus registros verificados na mesma pesquisa da OMS/2.019, revelando a ocorrência de mais de trinta e oito suicídios consumados, a cada dia, em solo brasileiro. Foi lançado um foco de luz sobre a triste realidade então constatada: diariamente, mais de 38 pessoas tiraram a própria vida, aqui no Brasil. E este quantitativo, infelizmente, viria a ser ampliado.

É fato que o número de suicídios vem sendo reduzido, significativamente, ao redor do mundo. Porém, nos países localizados nas Américas, como é o caso do o Brasil, os índices de suicídios continuam aumentando, sem parar.

Segundo a OMS, todos os anos, morrem mais pessoas que praticam o suicídio, do que pessoas vitimadas por HIV, malária, câncer de mama, ou guerras e homicídios. É uma lamentável constatação que deve ser encarada com vigor e seriedade; é uma realidade que precisa ser urgentemente revertida, com a soma dos esforços de todos.

Em alguns países, a prevenção ao suicídio tem um efetivo lugar destacado. Mas, atualmente, apenas 38 países têm uma estratégia nacional de prevenção ao suicídio. No Brasil, o Ministério da Saúde lançou a Portaria Número 1.876, de 14 de agosto de 2.006, instituindo Diretrizes Nacionais Para Prevenção do Suicídio, então implantadas em todas as unidades da federação, respeitando-se as competências das três esferas de gestão.

Sabe-se que inúmeros casos de suicídio resultaram de doenças mentais não diagnosticadas, ou tratadas de forma incorreta. Estes casos poderiam ter sido evitados com o acesso destes mesmos pacientes a um tratamento psiquiátrico adequado, e às informações de qualidade.

É importante que as pessoas próximas, de quem pensa em se matar, ajudem; ofereçam uma escuta ativa e sem julgamentos; tenham grande empatia; respeitem o sofrimento e a dor que lhes seja relatada; e conduzam aquela pessoa, que apresenta ideias suicidas, ao médico psiquiatra. Esse profissional saberá manejar a situação e salvar o paciente.

Coube ao dia 10 de Setembro sagrar-se, oficialmente, o “Dia Mundial De Prevenção Ao Suicídio”. Contudo, é importante que, durante o ano todo, a sociedade se faça atuante e solidária; esteja voltada a atitudes e ações que priorizem a valorização da vida humana. Mantenha-se empenhada na total desconstrução do tatu que envolve o suicídio; evidencie uma real disponibilidade para ofertar empatia, escuta respeitosa, e acolhimento, às pessoas emocionalmente fragilizadas. Todos os dias contam!

O “Setembro Amarelo” é uma campanha que conta com a participação de todos; toda a sociedade deve assumir um lugar dentro dela. E, é exatamente a valiosa união de todos que tornará possível sinalizar claramente, e demonstrar, sem sombra de dúvida, que “a vida é sempre a melhor escolha”.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), disponibilizar ajuda profissional ou voluntária pode auxiliar na prevenção ao suicídio.

No Brasil, a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio foi regulamentada pela Lei Número 13.819/2.019. Essa Lei prevê a atuação conjunta de órgãos e de profissionais de saúde, profissionais de ensino, conselhos tutelares, imprensa, órgãos de segurança, e outros. Sendo um problema de abrangência social o suicídio exige mesmo a participação de vários agentes da sociedade; entre eles, figura o C.V.V. ( Centro de Valorização da Vida).

Há quase sessenta anos, o C.V.V. (Centro de Valorização da Vida) disponibiliza um programa de prevenção do suicídio e de apoio emocional. O serviço conta com um grupo de três mil e trezentos voluntários preparados para ouvir e compreender as pessoas que estejam emocionalmente abaladas, e que possam estar correndo risco de morte, por não conseguirem enxergar uma saída para o sofrimento que estão vivenciando. Os voluntários do CVV oferecem, gratuitamente, um suporte permeado de empatia, sem julgamentos, e com sigilo, durante todas as horas, de todos os dias; inclusive aos sábados, domingos e feriados. Para quem precisar deste serviço, basta ligar 188, ou acessar www.cvv.org.br.

Uma observação, apresentada pelo C.V.V, nos dá conta de que, em uma sala onde estejam trinta pessoas reunidas, cinco delas já pensaram em suicídio, em algum momento intensamente difícil das suas vidas. Este fato reforça, ainda mais, a importância de que todos os brasileiros aceitem o convite da ABP, a Associação Brasileira de Psiquiatria, para uma efetiva participação na Campanha Setembro Amarelo. Afinal, é mesmo necessário entender, sentir, acreditar e propagar que “a vida sempre vai ser a melhor escolha”!

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