Sendo o povo nordestino tão apreciador da Literatura de Cordel, e também tão brilhante em todos os demais campos da Literatura, é contando com a sua conhecida generosidade e empatia que hoje vou me permitir abandonar a prosa para homenageá-lo em versos.

Dar ao povo nordestino

Afagos só por um dia,

Sem reconhecer, de fato,

Seu valor e fidalguia,

É por uma gota d’água

Em grande jarra vazia.

Esse povo acolhedor

Que enfrenta desafio

Sem jamais perder a fé

Ou arranhar o seu brio,

Aprende a cair de pé!

Das lágrimas, faz um rio.

Quando a seca destrói

A vida, a vegetação,

E a fome ameaça

Família, gado, seu cão,

Nordestino, com bravura,

Trabalha sob oração.

Busca salvar sua gente,

Seus animais, o seu chão!

De caráter resoluto,

Não aceita servidão.

Ergue a cabeça! Vencer

Tem que ser a opção!

Sua garra, sua fibra,

Estão além da razão.

Mesmo nascendo abastado,

Sendo um rico nordestino,

Bons valores são bagagem

Naturais do seu destino.

Quando nordestino escolhe

Abraçar Literatura,

Produz grandes maravilhas

Da maior envergadura.

Ariano Suassuna,

Assim como Jorge Amado,

Orgulham o nosso povo;

Seus livros são um legado!

São tesouros que superam

O melhor sonho sonhado.

Temos Rachel de Queiroz,

Com obras tão consagradas!

Em “O Quinze” relatou

A grande seca enfrentada

Lá no sertão nordestino,

Onde a dor fez morada.

Vemos Ferreira Goullart,

Imortal da Academia!

O renomado poeta

De inegável magia,

Também legou ao teatro

Sua grande maestria.

Há Socorro Acioli,

E Izabel Nascimento

Também ocupando espaços

Nesse ilustre firmamento

Onde outros nomes brilham

Com justo merecimento.

A esse povo guerreiro,

Transbordante de emoção,

Cuja grandeza repousa

Na luz do seu coração,

Cabe toda homenagem

Amor, admiração,

E um respeito maior

Que a própria imensidão.